sexta-feira, 2 de agosto de 2019

O Rock no Brasil, o inicio 50 - 60 - 70...


O rock brasileiro nasceu tão logo Elvis Presley disparou o primeiro dos três acordes de That's Alright Mama, e as primeiras cenas de "Rock Around The Clock/Balanço das Horas" - passaram nas telas dos cinemas brasileiros, com a trilha sonora de Bill Halley & His Comets. Em meados dos anos 50, inicialmente pelas mãos e vozes de orquestras de baile e cantores populares, como Betinho e Seu Conjunto, Nora Ney e Cauby Peixoto ( Sim ele Mesmo ), o rock and roll tomou conta dos rádios, televisões e produziu ídolos como Sérgio Murillo, Tony e Celly Campello

Em seguida, com a entrada em cena da fase instrumental, os novos roqueiros agregaram à história do rock nacional os sons das guitarras, influenciados por grupos como os ingleses Shadows e os americanos Ventures, ampliando a cultura musical da juventude. Depois, nos anos 60, com a chegada dos Beatles, dos Rolling Stones e Jimi Hendrix, vieram a Jovem Guarda, a Tropicália e o som de garagem, com seus yê-yê-yês, distorções de guitarras e contestação. 

A experiência acumulada desembocou na geração dos anos 70, com o rock made in Brazil, que aprofundou as misturas sonoras, incorporando o progressivo, a música rural e outros sons nordestinos. As várias fases do rock brasileiro seguem explicadas abaixo.

Anos 50
Ao chegar em terras brasileiras, diante da inexperiência dos jovens frente ao ritmo novo, aos instrumentos e, mesmo, à falta de espaço social para a juventude, o rock and roll foi absorvido inicialmente pelas orquestras de jazz, e pelos cantores tradicionais, responsáveis pelos primeiros hits do novo gênero. 


Assim, Nora Ney, uma cantora de boleros e samba canção, gravou o primeiro rock - Rock Around the Clock (em inglês); Betinho e seu Conjunto é responsável pelo primeiro rock com guitarra elétrica, o clássico Enrolando o Rock, onde tocou uma Fender Stratocaster; e, ainda, é do compositor Miguel Gustavo, com interpretação de Cauby Peixoto, o primeiro rock com letra em português - Rock and Roll em Copacabana. 

Mas, de forma especial, foi com a exibição do filme Balanço das Horas (Rock Around the Clock), com trilha sonora de Bill Halley & His Comets, que o rock and roll estourou no país, provocando tamanha confusão nos cinemas, que levou, por exemplo, o governador de São Paulo, Jânio Quadros, a emitir "Nota Oficial", com o seguinte conteúdo: "Determine à polícia deter, sumariamente, colocando em carro de preso, os que promoverem cenas semelhantes. Se forem menores, entregá-los ao honrado Juíz. Providências drásticas"



Também marco histórico do nascimento do rock nacional é o 78rpm com as músicas Forgive Me/Handsome Boy, gravado em 1958 pelos irmãos Tony Campello e Celly Campello, vindos do interior de São Paulo, que abriu definitivamente o caminho do disco, dos programas de rádio e televisão e shows. Depois, vieram Sérgio Murilo, Demétrius, Baby Santiago, Wilson Miranda, Ronnie Cord e outros, como Erasmo Carlos (com os Snakes), Eduardo Araújo, Albert Pavão e Renato e Seus Blue Caps, que fizeram a história daquela e das futuras gerações. Entre os clássicos da época, destacaram-se, entre outros, Rock de Morte (Sérgio Murilo), Rock do Saci (Demétrius), Bata Baby (Wilson Miranda), Estou Louco (Baby Santiago), Vigésimo Andar (Albert Pavão), Banho de Lua (Celly Campello), Rua Augusta (Ronnie Cord), Baby Rock (Tony Campello) e Diana (Carlos Gonzaga)


Anos
 60
A década de sessenta abriu com a mistura de rock tradicional, som instrumental, surf music e outros ritmos como o twist e o hully gully. Com o surgimento dos Beatles e dos Rolling Stones, o rock brasileiro explodiu definitivamente sob diversas formas, transformando-se em um dos mais criativos da América Latina. 



O movimento Jovem Guarda, liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, envolveu a maioria da juventude, com programas de televisão, shows ao vivo e inúmeros discos, entre lps e os lendários compactos. 

Em 1966, sob o comando de Roberto Carlos, o I Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, promovido pela TV Record, espalhou a febre do rock pelo país, que tomou conta das garagens, clubes sociais, televisões regionais, festas de igreja e aniversários. Além dos três, também destacaram-se os cantores Eduardo Araújo e Ronnie Von e os grupos Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis e The Fevers, entre outros. 


Ao lado da Jovem Guarda, também a Tropicália, eliminando as fronteiras sonoras e culturais, introduziu a guitarra na tradicional MPB e o discurso político no rock, produzindo a versão brasileira da psicodelia mundial. Neste movimento, destcaram-se intérpretes, compositores e arranjadores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Rogério Duprat e, de forma especial, o grupo Mutantes. Ainda, além desses espaços mais visíveis, o som de garagem também marcou a sua presença no cenário roqueiro nacional, por meio de inúmeros grupos que deixaram raros lps e compactos para a história, como Som Beat, Baobás, Beat Boys e Liverpool  



Anos 
70
Os anos 70 foram marcados pelas bandas e intérpretes "made in Brazil", que

afirmaram definitivamente a identidade do rock nacional, compondo e cantando em português e, também, ampliando o domínio da técnica, dos equipamentos e dos estúdios. 

Foi a década que também introduziu no país os grandes shows, tanto em casas de espetáculos, ginásios e, de forma especial, ao ar livre. Iluminados pelo exemplo dos Mutantes, dezenas de grupos desdobraram-se em variadas experiências, do rock visceral do Made In Brazil, ao progressivo Som Nosso de Cada Dia, liderado pelo ex-Incríveis Manito, passando pela psicodelia barroca d'A Barca do Sol, pelo rock rural do Ruy Maurity Trio ou pela mistura de progressivo/erudito/música regional do grupo O Terço, entre outros. 

Blog de rrrrock : RRRROCK !!!!, O Rock no Brasil... assim tudo começou - Parte 1Destacaram-se ainda nos anos setenta, os grupos Som Imaginário, O Peso, Bixo da Seda, Moto Perpétuo, Módulo Mil, Arnaldo (Baptista) & Patrulha do Espaço; Sá, Rodrix & Guarabira; Secos & Molhados e Veludo, entre outros.

O grande destaque desta década é o surgimento de Raul Seixas que, depois de liderar o grupo Raulzito e Os Panteras, em meados dos anos sessenta, e produzir inúmeros artistas para a CBS, entre eles Jerry Adriani, transformou-se no maior roqueiro do Brasil, com sua colagem universal de Elvis Presley/John Lennon/Luiz Gonzaga.

Continua em breve....

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